sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Retrospectiva: Conca e Muricy levam Flu ao título e entram para história.




Um é baixinho, habilidoso e tímido. O outro é carrancudo, trabalhador e competente. Juntos, os dois fizeram de 2010 um dos anos mais importantes da história do Fluminense. Tudo bem que nas Laranjeiras o lema que impera é o “isso aqui é trabalho”, que o futebol é coletivo e tal, mas inegavelmente a temporada tricolor teve dois protagonistas: Darío Conca e Muricy Ramalho. Em campo e fora dele, eles encerraram um jejum de 26 anos e fizeram do clube o campeão do Brasileirão.
Após campanhas frustradas no Carioca e na Copa do Brasil, o Tricolor demitiu Cuca e realizou seu sonho de consumo: trazer o treinador tricampeão brasileiro pelo São Paulo para as Laranjeiras. A tática deu certo. Discípulo de Telê, Muricy colocou ordem na casa e com a indispensável ajuda de seu camisa 11 colocou mais um troféu no currículo. De quebra, deixou orgulhoso o mestre, um dos principais jogadores da história do Flu.
Em 2011, a previsão é de mais trabalho e o desejo de novas conquistas. Afinal, o Tricolor está de volta à Libertadores, lacuna na carreira do treinador, que tentará também dar continuidade a sina de conquistar Brasileirões em sequência.


Números da temporada

O Fluminense fez 63 jogos em 2010, com 65% de aproveitamento. Foram 36 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. O artilheiro da equipe na temporada foi Fred, com 18 gols, seguido por Conca, com 14. O argentino, por sinal, se destacou, participando de todos os 38 jogos da conquista do Brasileirão.

Campeonato Carioca


Embalado pela reação que evitou o rebaixamento no Brasileirão de 2009, o Fluminense iniciou o Carioca disposto a coroar a geração que entrou para a história do clube com um título. Este, inclusive, era o lema do técnico Cuca, que buscava o bi da competição. Em campo, porém, os planos se frustraram e a equipe sequer disputou uma final de turno.
Na Taça Guanabara, o Flu foi bem até se deparar com o rival Flamengo. No clássico, após um primeiro tempo impecável, abrindo 3 a 1, sofreu a virada nos 45 minutos finais e a derrota por 5 a 3 não foi bem digerida internamente. Ainda assim, a equipe se classificou para a semifinal, mas caiu diante do Vasco, nos pênaltis, após empate por 0 a 0.
Na Taça Rio, com a obrigação de vencer para chegar à final, o Tricolor oscilou bastante, sofreu com lesões de Fred e novamente foi eliminado na semi, dessa vez para o Botafogo. O 3 a 2 veio recheado de polêmicas com a arbitragem e foi determinante para a demissão de Cuca.

Copa do Brasil

Na Copa do Brasil, o Flu repetiu a história do Carioca e, apesar de ir bem contra os pequenos, caiu diante do primeiro adversário mais tradicional: o Grêmio, nas quartas de final.
Em 2010, o Fluminense disputou 63 jogos, com 36 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. Fred foi o artilheiro com 18 gols
Na primeira fase, a equipe encarou o Confiança-SE, se classificando com vitórias por 1 a 0, fora de casa, e 2 a 0, no Maracanã. Em seguida, o rival foi o Uberaba-MG, eliminado já na partida de ida com um 2 a 0, gols de Alan. Nas oitavas de final, o Tricolor teve pela frente a Portuguesa. Nesta época, apesar do triunfo por 1 a 0 no Canindé, o técnico Cuca foi demitido e deixou o clube sob aplausos dos jogadores. No jogo de volta, o time foi comandado pelo interino Mário Marques e venceu por 3 a 2.
Mas nem Muricy Ramalho foi capaz de levar o Flu ao segundo título da competição, e logo em sua estreia perdeu por 3 a 2 para o Grêmio, no Maracanã. No jogo de volta, no Olímpico, mais uma derrota, 2 a 0, e a eliminação.

Brasileirão


Trabalho, trabalho, trabalho e...título. Para conquistar no dia 5 de dezembro, com a vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, no Engenhão, seu terceiro título brasileiro, o Fluminense teve que seguir à risca o lema de seu comandante: Muricy Ramalho. Problemas não faltaram ao Tricolor na caminhada de 38 rodadas, mas todos foram superados com o pulso firme do treinador e o talento do incansável Darío Conca.
Ao longo dos quase oito meses de competição, o Flu sofreu com inúmeras lesões, a maioria delas em seus principais jogadores, como Fred, Emerson e Deco. Ainda assim, sempre esteve na parte de cima da tabela e soube mostrar força em momentos decisivos.

Na estreia, contra o Ceará, no Castelão, a equipe foi derrotada por 1 a 0. A primeira vitória, porém, veio em sequência, contra o Atlético-GO, no Rio, pelo mesmo placar. Outra derrota ainda aconteceu na terceira rodada, contra o Corinthians, por 1 a 0, no Pacaembu, antes de a equipe embalar quatro triunfos consecutivos e parar para a Copa do Mundo na terceira posição.
Já após o Mundial, ninguém conseguiu segurar o Tricolor, que assumiu a liderança após vencer o Cruzeiro, por 1 a 0, no Maracanã, na 10ª rodada, e por lá ficou em 22 das 28 rodadas seguintes.
O ícone maior da conquista foi o argentino Conca, presente em todos os 38 jogos. Com 18 assistências e nove gols, ele foi eleito o craque do campeonato.

Os problemas

Sem dúvida alguma, a frequência no departamento médico foi o principal problema do Fluminense em 2010. Ao longo do ano, as principais estrelas permaneceram lá por muito tempo tratando lesões, o que acabou gerando mal estar com jogadores e diretoria. O ápice desta crise aconteceu em setembro, quando Fred, ao se lesionar pela sexta vez na temporada e segunda consecutiva na panturrilha esquerda, acabou "demitindo" o chefe do setor, Michael Simoni.
O atacante, por sinal, foi quem mais frequentou o local. Ao todo, foram sete lesões no ano, que o deixaram de fora de momentos importantes e de 24 rodadas no Brasileirão. Ainda assim, ele foi o goleador máximo do time no ano, com 18 gols.
Outro problema que assolou o clube na temporada foi a perda de jogadores revelados na base: só em 2010 o Tricolor ficou sem Dalton, que conquistou na Justiça o direito de deixar as Laranjeiras, Maicon, negociado com o futebol russo, e Alan, hoje no RB Salzburgo, da Áustria. Isso sem contar Wellington Silva, negociado com o Arsenal nos últimos dias de 2009 e que pouco jogou em sua temporada de estreia e despedida.

O craque e o mestre




Darío Conca começou o ano como xodó da torcida e terminou com um lugar cativo no hall dos ídolos tricolores. Incansável, o argentino foi o maior responsável pelo título do Brasileirão, com um show de assistências (18) e gols na reta decisiva (9 no total). Quer dizer, maior responsável em campo, porque num contexto geral dividiu a honra com Muricy Ramalho.
Os números por si só comprovam a importância do treinador, tetracampeão nos últimos cinco Brasileirões, para o título. Mas ao analisar a trajetória tricolor sua participação se torna ainda mais decisiva. Muricy encontrou soluções para manter a equipe em alto nível mesmo nas adversidades, como nas inúmeras lesões, e, como ele mesmo disse após o título, chamou para si a responsabilidade nos momentos mais críticos.
Não, Seleção. Sim, Fluminense
Outro fato marcante da temporada foi a recusa de Muricy Ramalho ao convite para assumir a Seleção Brasileira. Após se reunir com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e praticamente decretar sua ida para a equipe nacional, ele não foi liberado pela diretoria do Fluminense e teve que cumprir o contrato recém-renovado até o fim de 2012.

Novo mandatário



Após seis anos sob a gestão de Roberto Horcades, o Fluminense encerrou 2010 com um presidente novo. Fruto de um movimento pautado na adesão em massa de novos sócios, o candidato da oposição, Peter Siemsen, venceu as eleições em novembro e assumiu o clube no dia 20 de dezembro. Ele será o homem forte tricolor até o fim de 2013.

fonte: globoesporte

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